Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?
Priscila Starosky – Estudante da FATEV
Provavelmente, você já parou para se perguntar: “essa pandemia vai durar quanto tempo, Senhor?”, “o que ainda precisa e vai acontecer?”, “o que mais eu posso fazer para diminuir os impactos de tudo isto?”. São indagações recorrentes e completamente compreensíveis, entretanto, a situação não mudará em simplesmente refletir sobre elas.
É importante nos questionarmos e conversarmos com Deus em relação ao que pensamos, sentimos e percebemos e procurar absorver algumas lições em cada circunstância desafiadora que enfrentamos, contudo, a questão é mais ampla do que olharmos apenas para nós mesmos. Mesmo assim, este será o primeiro passo e é dessa forma que vamos começar.
Abra a Bíblia no Salmo 13; você vai encontrar um sentimento muito similar ao que temos agora, fortemente expresso em Davi naquele momento. O homem “segundo o coração de Deus” estava angustiado. Qual era o olhar de Deus sobre a vida dele? O que Deus queria ensinar? Ele ainda o via? Deus ainda nos vê?
“Até quando, Senhor? Esquecer-te-ás de mim para sempre? Até quando ocultarás de mim o rosto? Até quando estarei eu relutando dentro de minha alma, com tristeza no coração cada dia?” Salmos 13:1,2 a
Davi lamenta. A situação desanimadora não está claramente definida, poderia ser uma situação de guerra ou então alguma doença; seja o que for, sua angústia está enfática! Ao experimentar a aflição sem alívio, ele pressupõe que o olhar de Deus para ele já não está nada favorável (deduções, por vezes equivocadas, quem de nós já não as fez…). Entretanto, embora não saibamos com certeza, em ambos os possíveis casos, ou de batalha ou enfermidade, é evidente de que ele não vivia sem esperança, ao contrário, continuava a depositar sua confiança nas mãos do Criador.
O salmo continua, veja só:
“No tocante a mim, confio na tua graça; regozije-se o meu coração na tua salvação. Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.” Salmos 13:5 e 6.
Ele não perdeu a confiança, nem a esperança, Deus as fortaleceu e seguia fortalecendo a cada nova circunstância, para que a proximidade e a dependência Nele ganhassem cada vez mais força, mais significado, mais intensidade. Quando reconhecemos quem verdadeiramente Deus é, sabemos que, por mais que inúmeras vezes possamos nos sentirmos abandonados, na verdade, não estamos. A certeza é maior que a emoção. A promessa é maior que qualquer sensação momentânea que possamos ter.
Pro clamor e angústia, a certeza da presença de Deus; para as dúvidas e o medo, a convicção de que Ele “me tem feito muito bem” (vs. 6); para as inconstâncias e temores, a segurança e o refrigério de descansar em seu colo; para a dor, a resposta de paz pela confiança na graça e na salvação de Deus. Há razões para o regozijo, há acalento para o coração.
Ao ir até Jesus, temos um novo rumo, uma nova vida; esse é o começo para modificar a perspectiva dos sofrimentos. A humildade de achegar-se a Cristo nos leva até Deus e O revela, nos faz enxergá-lo; isso traz alegria ao nosso coração, além da convicção de que de forma alguma Ele se esquece de nós, ao contrário, Ele verdadeiramente nos ama e tem o controle absoluto. Não podemos, nem devemos nos esquecer disto.
Sabe, Deus não nos pede certeza sobre todas as coisas, nem tem a expectativa de que jamais sejamos medrosos, confusos, às vezes até mesmo desesperados ou quem sabe, espera que nunca professamos algum tipo de heresia. Sabe o que Ele deseja de nós? Fidelidade! Porque Deus é fiel e assim permanecerá, sempre será, por mais que falhemos nisto constantemente. Ele veio por que de maneira alguma nós conseguiríamos chegar novamente até a Sua presença e se tão grande amor tem por nós, por qual razão agora nos deixaria? Deus não só não nos esquece, como mandou seu único filho para tornar-se como um de nós! (Fp 2).
Até quando Senhor? Não, não sabemos; não tenho como te dar essa resposta agora. Não sei quanto tempo durará as tribulações, nem todas as consequências que ficarão. Apenas uma coisa sei: a sua bondade e misericórdia não tem fim! Somos acolhidos e temos livre acesso ao Pai por meio de Cristo. A nova chance de um relacionamento com Ele é a maior certeza da sua graça em nossas vidas e embora incertezas nos rondem, Ele não mudou, nem nunca mudará. Sua soberania prevalece e o seu poder permanece. O não saber (de) certas questões também é dádiva em nosso viver!
Mas, enquanto isso, o que podemos fazer?
Proteger ainda mais uns aos outros, e também, cuidar mais de nós mesmos, sim, isto é amar; agir e ao mesmo tempo observar, perceber as mudanças, conhecer melhor as circunstâncias, meditar mais na Palavra, esperar. Ouvir, ler, orar. Relacionar-se intensamente com o Pai e clamar por seu discernimento, sabedoria, paciência, orientação. Aproveitar as adversidades para sermos fortalecidos em sua vontade e verdade. O tempo não é inimigo, é presente divino. Aproveite as adversidades para perceber o que, de fato, você tem aproveitado. A cada instante há a possibilidade de recomeçar.
“Será que uma mãe pode esquecer do seu bebê que ainda mama e não ter compaixão do filho que gerou? Embora ela possa se esquecer, eu não me esquecerei de você!” Isaías 49:15
Nessa caminhada, a vivência da fé em Deus é a maior declaração de sua fidelidade e confiança Nele. Ao invés de constantemente simplesmente perguntar “até quando Senhor?”, com ou sem respostas, que sua convicção seja: “eu confio em ti Senhor!” e seja como for, é contigo que estou e vou até o fim.
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