A história recente da igreja e da teologia contém alguns personagens com este tipo de trajetória.
Prof. Dr. Mario F. Tessmann
O dito acima pode referir-se a pessoas que vão de um ‘extremo ao outro’, no que diz respeito às suas convicções e atitudes. A história recente da igreja e da teologia contém alguns personagens com este tipo de trajetória. Menciono aqui apenas o caso do pastor e pesquisador do Novo Testamento Walter Grundmann (1906-1976).
Grundmann estudou teologia com proeminentes professores de sua época, como Paul Tillich. Já em 1930, curiosamente, era membro do partido nazista. A partir de 1933 Walter Grundmann tornou-se membro ativo dos ‘cristãos alemães’, uma corrente de pensamento que procurou reler o cristianismo à luz da ideologia nazista. Durante o período de governo de Hitler, Grundmann assumiu também a direção do ‘Instituto de Pesquisa e de Eliminação da Influência Judaica sobre a Vida Eclesiástica Alemã’ e atuou como professor de teologia.
Com o término da guerra e a derrota nazista em 1945, Grundmann ficou preso num campo soviético. A partir de 1947, ele retornou à vida da igreja e em 1950 tornou-se pastor e professor de teologia na região da Turíngia/Alemanha. Como a área onde viveu e atuou pertencia à antiga República Democrática Alemã (RDA), conhecida popularmente por Alemanha Comunista até 1989/90, Grundmann se ajustou aos novos ideais. Desde 1954 até praticamente a sua morte em 1976, atuou como espião da polícia política da RDA, a Stasi, e procurou investigar seus colegas de ministério que eram suspeitos de não serem leais ao comunismo da Alemanha Oriental. Paralelamente, manteve suas atividades eclesiásticas e acadêmicas editando comentários científicos do Novo Testamento.
Walter Grundmann, entre outros, submeteu sua existência teológica ao ideário político dominante nos diferentes momentos de sua vida. Teologia e convicção político-partidária pertencem à nossa existência, com maior ou menor relevância. Para os que querem ser cristãos de ‘mãos e boca’ (Lutero), importa, contudo, saber quem puxa quem. Grundmann passa-nos a forte impressão de que não soube discernir que a teologia da igreja deveria puxar suas ideias e ações políticas (1 Co 10:11).
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