Ao contar essa parábola, Jesus revela duas características que marcam não apenas aquele período histórico, mas o tempo em que vivemos. Havia falta de segurança e desobediência aos mandamentos de Deus.
Christian de Britto – Professor da FATEV
De acordo com a Palavra de Deus devemos amar nosso próximo e isto implica em acolhê-lo em suas necessidades. Isto foi claramente exemplificado por Jesus em uma de suas parábolas, a do bom samaritano (Lc 10:25-37). Nela Jesus explica que um homem descia de Jerusalém para Jericó, quando foi assaltado e deixado ferido à beira da estrada. Passaram por ele um sacerdote e um levita, que nada fizeram para socorrê-lo, até que foi encontrado por um samaritano, que o ajudou com seus próprios esforços e recursos. Ele prestou-lhe os primeiros socorros e, em seguida, entregou o ferido para ser cuidado em uma hospedaria, pagando as despesas e assumindo o compromisso de retornar para acompanhar o processo de recuperação e quitar as despesas restantes.
Ao contar essa parábola, Jesus revela duas características que marcam não apenas aquele período histórico, mas o tempo em que vivemos. Havia falta de segurança e desobediência aos mandamentos de Deus. Ao ignorarem o homem ferido, sacerdotes e levitas testemunharam contra sua própria crença em um Deus vivo, Criador dos seres humanos à Sua imagem e semelhança. Idiossincrasias, divisões culturais, religiosas e políticas finalmente levaram aquelas pessoas a perder totalmente a noção de quem era seu próximo. O próprio Jesus foi crucificado por eles!
Hoje sabemos que a ajuda ao próximo é parte de nosso dever como cristãos. Há, inclusive, organizações que realizam projetos de curto e longo prazo com o objetivo único de levar apoio e socorro aos mais necessitados, essas iniciativas são muito importantes. Mas, façamos agora uma conjectura, imagine que todos os dias aquele samaritano tivesse que percorrer o mesmo trajeto entre Jerusalém e Jericó e que inúmeras vezes se depare com a mesma situação, podendo até ele mesmo vir a ser vítima dos assaltantes. Ficaria claro, neste caso, que a insegurança e o descaso dos religiosos não era uma fatalidade, mas um problema recorrente, estrutural *1.
Aquela sociedade estava com sérios problemas! Portanto, se o bom samaritano almejasse realmente enfrentar o problema precisaria não apenas oferecer auxílio aos necessitados, mas necessariamente enfrentar os problemas estruturais daquela sociedade. Não bastaria tratar o mal individual, teria que lutar pela mudança social. Deveria enfrentar tanto as consequências, como fez ao ajudar o ferido na estrada, como as causas recorrentes e estruturais do problema da sociedade na qual vivia. Assim, o pleno entendimento e a aplicação dessa parábola nos convidam ao mesmo nível de comprometimento e responsabilidade para com a sociedade na qual vivemos hoje.
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1 Devo a inspiração para esta compreensão a uma reflexão do professor de ciência política da Universidade Livre de Amsterdam Govert Buijs, durante uma conferência da Association For Reformational Philosophy em 2011, Amsterdam, Holanda.

Crianças são crianças
Crianças são crianças. E quando estão juntas, mais crianças se tornam em sua vivacidade e criatividade. Não foi diferente o que eu vi ao chegar ao “comedor” da Igreja Adventista na comunidade de Santa Cruz, na Venezuela, como já aludi anteriormente…

De Pôncio a Pilatos…
O dito acima pode referir-se a pessoas que vão de um ‘extremo ao outro’, no que diz respeito às suas convicções e atitudes. A história recente da igreja e da teologia contém alguns personagens com este tipo de trajetória. Menciono aqui apenas…
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